RESUMO
Em 2012, a cidade do Rio de Janeiro foi inscrita na categoria Paisagem Cultural, na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. O registro indica que sítios de valor misto excepcional devem ser objeto de processo contínuo de conservação, posto que são locais de interesse universal. Entretanto, algumas controvérsias podem ser identificadas a respeito da paisagem cultural carioca oficializada, como a exclusão das representações das favelas que compõem a formação socioespacial da cidade. Como a paisagem cultural é um processo dinâmico de sobreposição de tempos e espaços, a paisagem cultural do Rio também se modifica, na medida em que a cidade passa por processos de reestruturação. O Projeto de Revitalização Porto Maravilha possibilitou a conformação de uma área propícia a receber novos investimentos, sobretudo do setor turístico. A criação de empreendimentos culturais na região portuária, tais como o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, representou importante centralidade urbana, atraindo grande quantidade de turistas. Este artigo reflete acerca das controvérsias da criação de novos museus inseridos em processos de “urbanização turística”, que corroboram para a formação de paisagens culturais esteticamente homogeneizadas e turistificadas, chamadas de “paisagismo cultural”.
Autoria: GODOY, Karla Estelita; MORETTONI, Marina Martins