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“Hospitalidade em museus: a representação imagética da hospitalidade no Museu de Arte do Rio (MAR)”

RESUMO

A cidade do Rio de Janeiro (RJ) passou por um processo de reestruturação urbana com vistas a alcançar a modernização almejada pelos países periféricos centrais e na tentativa de tornar-se global e atrativa ao capital financeiro. O turismo emerge nessa discussão como um dos principais resultados oriundos da remodelação espacial e estética ocasionada em virtude dos megaeventos esportivos Copa do Mundo (2014) e, especialmente, os Jogos Olímpicos (2016), sediados pelo país. Nesse contexto, diversas mudanças urbanísticas e estéticas foram realizadas na cidade carioca, em especial, na Região Portuária por meio do projeto Porto Maravilha, de modo a turistificar este espaço transformando-o em um polo cultural atraente aos olhos dos turistas. Além da construção de meios de transporte para aumentar a mobilidade na região, foram construídos também restaurantes e dois museus: o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, sendo este o objeto desta pesquisa. Tais modificações, realizadas pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro em parceria com o governo do Estado e Federal, ocasionaram graves problemas sociais, como, por exemplo, o processo de gentrificação dos moradores de comunidades próximas ao Porto do Rio. No bojo desta discussão, esta dissertação pretende apresentar uma reflexão teórica e crítica a respeito da relação entre o Museu de Arte do Rio – que nasce em meio a uma proposta controversa e hostil – e o turismo, bem como identificar e analisar, por meio de pesquisa realizada na instituição e em seus arredores, narrativas visuais que permitam compreender como se estabelecem as relações no espaço museal. Para tanto, a metodologia desta pesquisa divide-se em duas partes: a primeira, uma revisão de literatura a respeito dos temas que norteiam este estudo, tais como: hospitalidade, hostilidade, patrimônio e museologia; a segunda, de caráter qualitativo, dedicou-se a compreender, apoiada na Antropologia Visual, se o MAR pode ser considerado lugar de hospitalidade. Os resultados apontam que o Museu de Arte do Rio, embora não possa ser considerado um lugar de hospitalidade, apresenta indícios de hospitalidade.

Autoria: Iasmin da Silva Leite

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“Turismo e hospitalidade em tempos líquidos: reflexões sobre Ubatuba a capital do surf/ acolhedora por natureza e o museu histórico Washington de Oliveira”

RESUMO

O presente trabalho propõe trazer à reflexão um tema atual, relacionado às fragilidades das relações sociais contemporâneas. Relações estas que possuem, como pano de fundo, um “Mundo Líquido Moderno”, em que a vida se configura em rede, permitindo “conectar-se ou desconectar-se”, à medida que há (ou não) interesse em criar e manter vínculos. O imediatismo e a fragmentação das relações culminam no “colapso do pensamento, do planejamento e da ação a longo prazo”, como afirma Zygmunt Bauman. A instantaneidade das relações, bem como a fragilidade dos laços sociais são características destes tempos. A vida em rede, em contraposição à vida em comunidade, torna possível ao indivíduo transitar entre essas possibilidades. Instabilidade, insegurança e incerteza: talvez sejam estas as palavras que melhor definem a atual fase da modernidade, os chamados Tempos Líquidos. Apoiada nessa perspectiva, a hospitalidade foi analisada como caminho de resistência e contracultura, em meio às fragilidades das relações sociais contemporâneas. Como objeto de pesquisa, foi escolhida Ubatuba, cidade do litoral norte de São Paulo, que tem no Turismo sua principal fonte de renda e na qual se encontra o Museu Histórico Washington de Oliveira. Passei a questionar-me até que ponto a “Capital do Surf / Acolhedora por Natureza” e o Museu Histórico seriam espaços de encontro, proximidade e hospitalidade, contrariando as características da sociedade líquida moderna. Sendo o Turismo um fenômeno sociocultural, e uma vez analisados se a Cidade é Acolhedora e o Museu Histórico um Lugar de Hospitalidade, seria possível interpretar a hospitalidade local como um ato de resistência e contracultura em Tempos Líquidos? Esta dissertação, cuja metodologia se apoia em pesquisa de base etnográfica, tem o propósito de criar diálogos entre a teoria de Zygmunt Bauman (1925-2017) e as experiências de campo, voltados para o desenvolvimento dos estudos em hospitalidade e museus.

Autoria: Eliane Costa dos Santos

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Os blocos carnavalescos “Caçadores” e “Leão de Aço” da cidade do Pilar (AL): controvérsias, memória, patrimônio e turismo

RESUMO

Caçadores e Leão de Aço, são dois blocos carnavalescos da cidade do Pilar – Alagoas, que existem desde a década de vinte do século passado. Tendo em vista serem uma tradição cultural quase centenária, pouco se tem de registros escritos sobre eles. Essa pesquisa, ao se utilizar dos campos de estudo da memória, do patrimônio e do turismo como fenômeno sociocultural, visa a colaborar para o preenchimento desta lacuna. Uma das metodologias utilizadas para a coleta de dados foi a história oral temática, em que as entrevistas têm característica de depoimento, abordando tema específico, e não a totalidade da vida do depoente. Também foram adotadas a observação participante e vivências de base etnográfica, realizadas durante os desfiles dos blocos, em que se fez uso de diário de campo, capturas fotográficas, além de conversas informais. A análise do material teve por base a teoria das controvérsias, que, por meio de enfoque processual, procura evidenciar as principais contradições dos objetos de estudo, reconhecendo que a produção do conhecimento não se dá de forma linear, mas labiríntica, uma vez que a ciência não está pronta/acabada. Foi realizada uma análise dos aspectos sociais e históricos dos blocos, e as memórias construídas a partir deles, identificando, ao ouvir os agentes sociais que deles participam, quais noções de patrimônio cultural e turismo se manifestam. Foi percebida forte ressonância cultural dos blocos em relação aos contextos socioculturais e históricos da cidade, que os consideram patrimônios culturais pilarenses, independente do seu não reconhecimento oficial por parte do Estado. Assim como também identificada a não existência do turismo em seu viés convencional/hegemônico, mas outras práticas de turismo, em que os visitantes não são reconhecidos como turistas, devido ao motivo de estarem inseridos no contexto social, por suas relações de amizade e parentesco.

Autoria: Raniery Silva Guedes de Araújo

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