RESUMO
A criação de novos museus, atrelada a políticas de estetização das cidades e de turistificação dos espaços públicos – que visam à atração de consumidores e ao desenvolvimento dos destinos turísticos –, gera controvérsias quanto ao papel social das próprias instituições museológicas e sua relação com o ambiente. Tanto se liga a processos de gentrificação e a demandas de mercado, como produz fruição estética e pode garantir melhorias estruturais a determinada parcela da população. Tais museus se transformam em produtos de uma “urbanização turística” e integram as paisagens turistificadas ou o paisagismo cultural – “acepção que envolve a ideia de artificialismo e superficialidade, aderida a uma visão estritamente mercadológica”. Assim, o museu se torna o catalisador de oposições que habitam a paisagem cultural e se põe a serviço do “paisagismo cultural”, contraditório ao papel social que deveria exercer. O artigo apresenta exemplos que procuram romper com essa lógica.
Autoria: GODOY, Karla Estelita; LUNA, Sarah Borges